Fusões e Aquisições

Falar sobre o mercado de fusões e aquisições demanda uma escolha sobre o ângulo que se analisa a economia. Nesse artigo, iremos refletir sobre como se comportará esse mercado em 2021. Estamos em plena Pandemia, com a economia em dificuldades para retomar a vitalidade que possuía antes da COVID 19 assolar o país e o mundo, e com milhões de desempregados.

Frente a esse cenário, e com a vacinação avançando lentamente no Brasil, alguém do seu convívio profissional ou pessoal pode afirmar que o mercado de M&A (fusões e aquisições, ou mergers and acquisitions) irá apresentar avanços muito tímidos no Brasil. Pois entendo que a situação é exatamente o oposto.

Com as taxas de juros baixas, empresas estão buscando aplicar seus recursos na economia real, em abrir novos negócios, ou se associar com negócios já estabelecidos e que tenham aderência com seu negócio atual. Mais do que uma oportunidade, isso também é uma necessidade de sobrevivência, pois empresas maiores, por sua vez, podem estar analisando os negócios dessas mesmas empresas, buscando aproveitar os preços dos ativos mais atraentes para ampliar sua área de atuação. Então, a empresa que não crescer, pode desaparecer, pelo menos como negócio independente.

Essas movimentações devem acontecer ao longo de todo o ano de 2021. Além de grandes negócios, como a recente aquisição do BIG pelo Carrefour, outras envolvendo empresas de médio e pequeno porte, mas com uma boa tese de crescimento também irão ocorrer. Minha avaliação é que esse movimento irá acontecer de forma transversal em toda a economia, mas há setores estruturantes, que além da oportunidade tática que se apresenta em 2021, tem muito a se beneficiar com uma consolidação do setor. Áreas como a saúde e a educação por exemplo.

A saúde demonstrou sua relevância e, paradoxalmente, a necessidade de se estruturar melhor através das próprias dificuldades oferecidas pela Pandemia. É um setor que vai se reorganizar e se profissionalizar nos próximos cinco anos, e investidores e empresas que estão bem posicionadas irão fazer movimentos de aquisição. Já a educação, ainda que tenha sofrido com a interrupção parcial ou total das aulas e de muitas pessoas sem recursos para investir na sua formação ou de seus familiares, também irá retomar sua jornada de crescimento, por ser algo absolutamente necessário para a retomada econômica que virá.

Cabe a você, empresário ou executivo, olhar seu negócio, reconhecer as oportunidades que esse cenário atual apresenta e ser corajoso para realizar movimentos consolidadores. A economia será beneficiada e seus negócios também. Vamos com garra!

Rodrigo Guimarães Motta
Conselheiro de Administração
Doutor em Administração

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