O conselheiro e a gestão de risco das organizações

O Conselho de Administração tem duas responsabilidades superlativas para o sucesso
da organização. Em primeiro, é responsável por liderar a elaboração e logo aprovar a
estratégia do negócio. Em seguida deve acompanhar a execução do plano, que assegure
a implementação desta estratégia de forma a que ela maximize os resultados a serem
obtidos. Além destas, o objetivo deste artigo é levantar outra relevante ação a ser feita
pelo Conselho. Demandar, aprovar e assegurar que uma sólida gestão de riscos nas
organizações seja adotada. E qual a contribuição disto?

Meu entendimento é que existe uma gestão de riscos tradicional, que é necessária hoje e
sempre. Analisar de forma crítica e reflexiva as pessoas e os processos e demandar e
apoiar a elaboração de políticas formais sobre como tratar situações inesperadas. E
cobrar que essas políticas sejam comunicadas e a equipe treinada. Realizar isso é
necessário e vai minimizar muitos dissabores quando surgirem eventos na jornada.
Problemas com os produtos, com os times acontecem e deve-se saber como tratar nestas
situações com os colaboradores, clientes e com a mídia, entre outros exemplos. Mas
gestão de riscos sob outra perspectiva, pode envolver outra dimensão.

Olhar as estratégias, execução dos planos e resultados de forma a desafiar os diretores a
ir além, se necessário revisitando investimentos e orçamentos faz parte deste outro
olhar. Atingir os resultados sob essa perspectiva é o mínimo que o Conselho de
Administração pode solicitar. É possível fazer mais? E essa reflexão não precisa se
limitar a maneira tradicional da condução da organização. Existe espaço para iniciativas
disruptivas? Os diretores e seus times tendem a olhar exclusivamente seu “business as
usual”. As ações mais inovadoras e fora da caixa podem se beneficiar muito do olhar e
do estímulo do Conselho de Administração, caso contrário elas podem não ser
consideradas (ou o que é pior, serem executadas pela concorrência). Casos icônicos de
ausência dessa abordagem são a Kodak e a Blockbuster. E o ponto é que o Conselho de
Administração deve assumir a responsabilidade e liderar esses movimentos. Por isso
que denomino isso de gestão de riscos, pois a própria sobrevivência depende disso.

Caso tenha alguma dúvida sobre esse tipo de trabalho do Conselho de Administração,
fique à vontade para entrar em contato, será excelente conhecer seu ponto de vista e
debater caminhos para os conselheiros. E me coloco à disposição também para falar
sobre qualquer outro tema relacionado ao desenvolvimento de Conselhos de alto
rendimento. Vamos e com garra absurda!

Rodrigo Guimarães Motta
Diretor Germinare
Doutor em Administração

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